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ArquiNews

O que faltava aconteceu! Projeto da ArquiEstrela Zaha Hadid é plagiado na China

KEVIN HOLDEN PLATT, DER SPIEGEL - O Estado de S.Paulo​



Zaha Hadid, considerada uma das grandes estrelas da constelação da arquitetura de vanguarda, tornou-se também uma superestrela na China, onde seus projetos mais recentes irradiam desde as escolas e os estúdios de arquitetura de todo o país. Numa recente viagem a Pequim, 15 mil artistas, arquitetos e outros aficionados acorreram para ouvir a palestra que ela deu na inauguração do complexo futurista Galaxy Soho - apenas um dos 11 projetos que ela está realizando em toda a China.

Mas o apelo da arquitetura experimental da ganhadora do Prêmio Prtizker, principalmente desde a apresentação da sua brilhante e cristalina Ópera de Guangzhou, há dois anos, cresceu de uma maneira tão explosiva que atualmente, vários arquitetos e equipes de construção piratas estão construindo no sul da China uma cópia perfeita de uma das criações de Zaha em Pequim. O que é pior, Zaha disse numa entrevista, agora ela é obrigada a competir com esses piratas para concluir em primeiro lugar seu projeto original.

O projeto que está sendo pirateado é o Wangjing Soho, um complexo de três torres que se assemelham a velas infladas, esculpidas na pedra com faixas de alumínio em motivo de onda, que parecem mover-se levemente na superfície da Terra quando vistas de cima.

Zhang Xin, a incorporadora bilionária que dirige a Soho China e encomendou o complexo a Zaha, criticou violentamente os piratas durante a inauguração do Galaxy: "Enquanto construímos um dos projetos de Zaha, ele está sendo copiado em Chongqing", uma megacidade perto do Tibete. A esta altura, acrescentou, os piratas de Chongqing estão construindo mais rapidamente do que a Soho. O projeto original deve ser concluído em 2014.

Falsificação. Zhang fez um apelo pedindo ajuda para combater esta maciça operação despudorada de falsificação e lamentou: "Todos dizem que a China é o grande país das imitações e que pode copiar qualquer coisa".

A pirataria é extremamente difundida na China, onde iPods, iPhones e iPads falsificados são vendidos abertamente, e até lojas inteiras falsificadas da Apple proliferam em todas as cidades onde ocorre uma explosão econômica. Embora a China tenha, pelo menos no papel, uma série de leis que protegem a propriedade intelectual, a aplicação destas leis na prática é tremendamente esporádica.

Entretanto, You Yunting, um advogado de Xangai que fundou uma revista online sobre questões de propriedade intelectual, disse que a legislação sobre direitos autorais da China inclui a proteção de obras arquitetônicas. You disse ter estudado a falsificação do projeto de Zaha, e acrescentou: "As duas versões do complexo são muito semelhantes".

"A Soho dever ter boas chances de vencer um litígio neste caso", previu. "Mas, mesmo que o juiz dê uma sentença favorável à Soho, o tribunal não obrigará o réu a derrubar o edifício. Entretanto, poderá ordenar o pagamento de uma indenização."

Zaha Hadid não é a primeira ocidental a ver sua obra arquitetônica imitada na China. No ano passado, cidadãos da aldeia austríaca de Hallstatt ficaram chocados ao descobrir que arquitetos chineses fotografaram suas casas e estavam construindo uma versão idêntica do local que foi decretado patrimônio mundial da humanidade pela Unesco no sul da China.

Hans-Jörg Kaiser, um representante austríaco do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, que assessora a Unesco na preservação do patrimônio, disse que os habitantes de Halstatt estão muito revoltados pelo fato de as suas casas terem sido clonadas do outro lado do mundo.

Photoshop. Os arquitetos chineses envolvidos na réplica da cidadezinha austríaca, incrustada entre picos cobertos de neve e um lago localizado nas alturas, aparentemente construíram a falsificação de Halstatt usando um software de imagem para criar uma intricada montagem do local, e depois transformaram estas imagens em um modelo reduzido em 3D.

Os protestos do povo de Halstatt contra o mapeamento clandestino de suas casas agora se acalmaram, disse Kaiser, acrescentando que não encontrou nenhuma norma da Unesco que impedisse a reprodução do sítio do Patrimônio Mundial.

O arquiteto holandês Rem Koolhaas, que projetou a torre surreal da CCTV , da nova geração de Pequim, afirmou que a expansão super-rápida das cidades chinesas está produzindo arquitetos que usam laptops para copiar num piscar de olhos novos edifícios. No livro Mutations, Koolhaas chama esses arquitetos de projetistas de Photoshop: "O Photoshop permite fazer colagens de fotografias - e esta é a essência da produção arquitetônica e urbana da China ... Hoje, o design se torna tão fácil quanto o Photoshop, até mesmo na escala de uma cidade".

Satoshi Ohashi, diretor de projetos da Zaha Hadid Architects para o complexo Soho que está sendo clonado, disse: "É possível que os piratas de Chongqing tenham conseguido alguns arquivos digitais ou reproduções do projeto". A partir destes, acrescentou, "é possível elaborar o projeto de um edifício desde que você seja tecnicamente muito capaz, mas ele seria apenas uma simulação grosseira da arquitetura".

Um dos executivos da Soho identificou o incorporador acusado de piratear o projeto de Zaha do Chongqing Meiquan. Quando contatado por telefone, um funcionário do Chongqing Meiquan não quis comentar o caso.

Relâmpago. Zaha Hadid afirmou que encara com uma atitude filosófica a reprodução dos seus projetos: se as futuras gerações desses edifícios clonados apresentarem mutações inovadoras, "será um fato muito animador".

Toda uma geração de arquitetos chineses do novo milênio acompanha e se inspira nos avanços arquitetônicos de Zaha, disse Ohashi, em Pequim.

Ele previu também o surgimento de uma nova categoria de arquitetos piratas com um interesse sofisticado nos principais edifícios experimentais do globo: "Se alguém gosta realmente de Zaha, provavelmente veremos outros projetos dela espalhados pela China", afirmou.

E a possibilidade de produzir imagens, representações e até mesmo modelos em 3D de design arquitetônico em todo o globo à velocidade da luz por meio da internet ajudará não apenas as equipes de vanguarda de Pequim a Londres a se associarem em projetos conjuntos, mas também arquitetos piratas que pretendem construir arranha-céus ou mesmo cidades à velocidade de um relâmpago.

Será que algum dia aparecerá uma inteira metrópole chinesa povoada de versões mutantes de centros culturais de cristal criados por Zaha Hadid? Poderá a China assistir à proliferação de dez ou vinte clones arquitetônicos da Ópera de Guangzhou espalhados por suas principais megacidades? "Tenho a certeza", disse Ohashi, "de que algum arquiteto há está trabalhando em outra versão da Ópera de Guangzhou".

http://www.zaha-hadid.com/
http://www.zaha-hadid.com/

http://www.zaha-hadid.com/

 

​Na Espanha, pesquisadores da Universidade Politécnica da Cataluna desenvolveram "concreto biológico"

7/Janeiro/2013 -por Gustavo Jazra - fonte: http://www.piniweb.com.br/

O Laboratório de Tecnologia de Estruturas da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), Espanha, divulgou um estudo, em fase experimental, sobre o desenvolvimento de um tipo de "concreto biológico" que permite o crescimento de organismos vivos de maneira acelerada.

Segundo comunicado da Universidade, "além de favorecer o meio ambiente, o concreto biológico traria vantagens térmicas a construções em clima mediterrâneo".

 

Pesquisadores estudam como acelerar o crescimento de organismos vivos no concreto fabricado com uma mistura de cimento de fosfato de magnésio (MPC, na sigla em inglês) com o convencional Portland, o concreto se comportaria como um suporte biológico natural para o crescimento de organismos como microalgas, cogumelos, líquens e musgos.

Apesar de se assemelhar aos jardins verticais, o sistema favorece o crescimento dos microorganismos no próprio material, sem que haja necessidade de estruturas para suporte.



Para obter o concreto biológico, foram modificados, além do pH dos cimentos, parâmetros como a porosidade e a rugosidade superficial, que influenciam na biorreceptividade do material. O resultado obtido é um elemento multicamadas, ou seja, um painel que, além de uma camada estrutural, possui mais outras três: a primeira delas é de impermeabilização, localizada em cima da camada estrutural, que evita a passagem de água para a estrutura e, consequentemente, sua deterioração. A camada seguinte é a biológica, capaz de captar e armazenar água da chuva, facilitando o desenvolvimento dos organismos biológicos. Por último, a camada de revestimento descontínua, que atua como uma impermeabilização inversa: permite a entrada da água da chuva e evita sua perda, levando a água onde se queira ter o crescimento biológico.

 

MEC divulga lista com mais 38 cursos reprovados que devem ser punidos, Arquitetura Mackenzie esta entre eles

8/Janeiro/2013 -Do UOL, em São Paulo

Foi publicada nesta terça-feira (8) no Diário Oficial da União lista com mais 38 cursos superiores com notas insatisfatórias na última avaliação do MEC (Ministério da Educação). A lista de cursos que estavam em análise complementa o anúncio feito pelo MEC (Ministério da Educação) em 2012 que apontava 207 cursos superiores reprovados.

Os cursos, que receberam notas 2 no CPC (Conceito Preliminar do Curso) de 2011, serão punidos com a suspensão de sua autonomia e assim não poderão, por exemplo, criar novas vagas. Cursos com conceitos abaixo de 3 ficam também automaticamente impossibilitados de oferecer o benefício do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).

Serão atingidas 21 instituições de ensino superior, entre elas federais, como o IF Fluminense (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense), e universidades privadas tradicionais, como a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) e o Mackenzie (Universidade Presbiteriana Mackenzie).



Clique aqui e veja a lista completa

 

Arquitetura feia, cidade doente

por Guto Requena em Folha de São Paulo

13/01/2013 - 06h30



​Uma visão comum que temos sobre São Paulo, quando caminhamos, andamos de bicicleta, carro ou ônibus, é a de edifícios amontoados, com inúmeras janelinhas, muito parecidos entre si. São prédios estandartizados numa repetição de formas, aglomerados ortogonais e variações cinza de um mesmo tema.

A arquitetura de São Paulo é, no geral, entediante, careta e pretensiosa. E, quando temos a chance de criar edifícios interessantes e inovadores, optamos pela absoluta irrelevância, como, por exemplo, nas novas estações do metrô ou em unidades do Sesc na capital --não foi criado nenhum edifício realmente exemplar depois do Sesc Pompeia, desenhado em 1977 pela arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992).



Se a arquitetura expressa a cultura, os ideais e a identidade de um povo, é muito triste que estejamos esvaziados a ponto de termos orgulho apenas do passado. As referências ainda são o prédio do Masp (de 1968, também de Lina Bo Bardi), o da Bienal, no parque Ibirapuera (de 1957, de Oscar Niemeyer) ou o de residenciais modernistas no bairro Higienópolis.



É claro, existem iniciativas importantes, como a recém-inaugurada Praça das Artes, do escritório Brasil Arquitetura, ou os experimentos residenciais contemporâneos da incorporadora Idea Zarvos, na Vila Madalena. Mas são poucos os empresários preocupados com os desenhos de seus investimentos e suas relações com a cidade.



Estamos nas mãos de grandes corporações e incorporadoras, que inventam a nossa São Paulo baseadas unicamente na lógica do lucro, negando a metrópole e criando uma arquitetura medíocre. Vide o que acontece na região do Baixo Augusta, conhecida por sua diversidade. Lá, surgem megatorres, com o modelo de condomínio fechado --guaritas de segurança, câmeras de vigilância e muros altos-, que recria em seu interior a suposta cidade ideal. São projetos que exibem com arrogância um modelo de urbanismo que estimula a segregação e o medo.

Fazer boa arquitetura não é uma questão de dinheiro. Falta, sim, vontade política, leis mais severas para os novos empreendimentos, ousadia empresarial e concursos públicos e privados que incentivem ideias e jovens escritórios. E, fundamentalmente, falta educação. Uma cidade que despreza sua arquitetura é uma cidade doente.

Guto Requena é arquiteto graduado pela USP. Foi pesquisador do Nomads (Núcleo de Estudos de Habitares Interativos) entre 2000 e 2008 e professor de design na escola Panamericana e no Instituto Europeu de Design. É apresentador e roteirista do programa "Nos Trinques", do canal GNT. Escreve aos domingos, a cada duas semanas, no caderno "Imóveis".

 

Brasil... Um País Tupinanquim !!!

por Guto Merlino e Cauê Martins



        Brasil... Um País Tupinanquim !!!



        Representado pelo verde das matas e pelo ouro das riquezas encontradas nesta terra, que teve oito nomes, já foi colônia, passou a império e hoje é uma república, possuindo uma área de 8.516.000 km2, um número populacional de 193.946.886 habitantes, dividido em 27 unidades sendo 26 estados e um distrito federal, este é o nosso Brasil.


        Queria eu como muitos um dia poder olhar para o céu brasileiro e ter orgulho desta terra natal, mas infelizmente está tudo errado. Somos roubados, maltratados e trapaceados pelos nossos governantes, pessoas passando fome nas ruas, educação zero, saúde uma droga e que mesmo assim os mesmo não querem nem saber. Aqui não é a Itália, mas tudo sempre acaba em pizza.
País hipócrita, um verdadeiro fake, querendo sempre mostrar para os outros países uma coisa que não pode ser e não pode ter. Um país que exige muito e não quer ser exigido de absolutamente nada, sempre que faz algo ou alguma coisa, é em prol do olhar do estrangeiro e não da população brasileira, enfim... É um país que vive de fachada.


        ISSO ! É ESSE O PONTO !!! FACHADA !!! ÓH GRANDE FACHADA !!!


        Será que esse Brasil país tupiniquim, ou melhor falando, tupinanquim: em que o número de arquitetos ultrapassa a 100.000, onde só de atelier/escritório de arquitetura existem cerca de 30.000 e com mais de 7.000 profissionais se formando anualmente nas mais de 200 escolas de arquitetura existentes, onde o mesmo tem a taxa de 0,55% de arquitetos para cada 1000 habitantes chegando a ser equiparado em patamar semelhante à Suécia, Inglaterra, Irlanda, Holanda e Finlândia (dados esses fornecidos pelo IAB- Instituto dos Arquitetos do Brasil); não acredito que 100.000 arquitetos diplomados em terras brasileiras e seus trabalhos (projetos) não sejam de agrado de todo e/ou qualquer estado que compõe esta terra, a ponto de ter que convidar arquitetos estrangeiros para executar os grandes projetos que servem ou irão servir de âncora para a imagem brasileira da arquitetura no âmbito mundial, exemplo disso foi o convite feito pela Prefeitura do Rio de Janeiro a Santiago Calatrava para a execução do projeto do Museu do Amanhã no Porto Maravilha, na revitalização da Zona Portuária do RJ.


        Não desmerecendo o trabalho do colega espanhol, pois o mesmo além de arquiteto é artista plástico e engenheiro, mas tenho absoluta certeza que no Brasil existem excelentes arquitetos e nós arquitetos temos nossos valores, nossa arte e devemos valorizar nossos títulos.


        Porque não fazem convites a um de nós arquitetos brasileiros? Porque não fazem os concursos para as grandes obras direcionados única e exclusivamente a nós profissionais desta terra? Porque não fazem as licitações entre nós mesmos? Porque pagar um espanhol se podem pagar um arquiteto brasileiro?


        Simples! Muito simples de se compreender! Querem que batamos palmas para palhaço sambar. Este país chamado Brasil, não acredita e não dá valor aos profissionais brasileiros, a todo e qualquer instante defecam em nossas inteligências querendo impor de uma forma direta ou indireta que para eles ( grande cúpula dos estados ) a nossa arquitetura não serve.


      Será que o único arquiteto no Brasil que teve merecimento de aplausos e reconhecimento foi Niemeyer? Ora caros colegas vamos acordar! Como diz o velho ditado: Rei morto, rei posto. Se Niemeyer entrou para a história, ótimo para ele que adicionado a sua capacidade de criação arquitetônica, recebeu o empurrão de Lúcio Costa e de Juscelino Kubitschek no projeto de Brasília. Faço minhas as palavras do crítico de arquitetura norte-americano Paul Goldberger na matéria “Brasil precisa olhar além de Niemeyer” publicado na folha de São Paulo em 13/01/2013 - 04h03.


        "Brasil precisa olhar além de Niemeyer", diz crítico de arquitetura
Se um foi capaz de fazer arquitetura em Brasília, outro é capaz de fazer no Rio de Janeiro, outro em São Paulo... Todos juntos cada um a sua forma e ao seu jeito, somos capazes de fazer a arquitetura brasileira e com ela atravessar os oceanos e virar história.


         Acabem com copa do mundo, com olimpíadas, este país não tem condição em gênero, número e grau para sediar esses eventos. Necessidades essenciais estão faltando, invistam o dinheiro e o tempo na saúde e na educação, que está em defasagem, para que essas escolas/universidades (públicas e particulares) possam ser dignas de formar profissionais bem conceituados.


        Recentemente foi divulgada pelo Ministério da Educação (MEC) uma lista com mais de 38 cursos superiores reprovados em sua avaliação, entre eles, o curso de Arquitetura e Urbanismo de umas das mais tradicionais escolas de arquitetura do Brasil, a Universidade Mackenzie. A notícia surgiu como uma bomba na mídia, mas, nos bastidores não foi uma surpresa! Em conversa com alunos que participaram de um dos critérios (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes-ENAD) eles relataram que há anos a grade horaria do curso estava mais que ultrapassada, e muitos deles, revoltados e acreditando na mudança, simplesmente preencheram o nome e entregaram a prova. Seria essa uma nova forma de “diretas já” dos estudantes para lutares pelos seus direitos e derrubar essas pessoas que não estão nem ai com nos? Não sabemos responder com toda a certeza, só sabemos que DEU CERTO! O Diretório Acadêmico da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, convocou uma assembleia para o próximo dia 21 a fim de discutir os problemas do curso de Arquitetura e Urbanismo. O Brasil tem que acordar, as universidade tem que melhorar! A única universidade brasileira que ficou entre as 100 melhores do mundo foi a USP, enquanto em outros países perdemos as contas. E você estudante, você para por isso e para isso! Exija, proteste, corra atrás! Eles correram e algo já começou a ser feito. Confira materia do IG aqui.


        E vocês universidades, PAREM DE PENSAR EM DINHEIRO, exijam mais de seus alunos, chega de “pagou passou”! Como irão formar bons profissionais se há facilidades por todos os lados? É por este motivo também que estamos repletos de profissionais fajutos por aí, que a todo o momento mancham o nosso nome, o nosso curso, o nosso país, é por este motivo também que preferem contratar um espanhol à um brasileiro!


         Chega de bater palma para palhaço sambar, os aplausos tem que ser para nós arquitetos brasileiros que viramos dias e noites para parir a nossa arte.

 

 


O QUE É


O trânsito e a violência são dois grandes vilões da capital. Mas, para resolvê-los, não basta ter uma estratégia para melhorar o fluxo de veículos e outra para conter o crime. Os problemas das metrópoles precisam ser tratados em conjunto, pois muitas vezes eles têm a mesma origem.


É o caso do trânsito e da violência, em grande parte gerados pela separação entre a população pobre, na periferia, e a rica, que vive nos bairros mais centrais, com melhores empregos, escolas, hospitais, lazer e transporte.


Essa separação gera distorções. Todo dia, cerca de 3 milhões de pessoas se deslocam da zona leste até o centro expandido para trabalhar. Daí o trânsito e a superlotação de ônibus e metrôs.


E quando a população de menor renda fica confinada à periferia, onde as oportunidades são escassas, ela tende a continuar pobre. Isso contribui para a desigualdade social e a violência.


Para resolver essas questões, é necessário um plano urbanístico que considere os aspectos conjuntamente. Isso é o Plano Diretor.

OS OBJETIVOS


Urbanistas, mercado imobiliário, prefeitura e população têm visões diferentes sobre a cidade. Mas todos concordam em um aspecto: a questão da mobilidade urbana é urgente.


Por isso, um dos principais objetivos do próximo Plano Diretor é priorizar o transporte público e aproximar moradores e empregos. A intenção é trazer mais pessoas para viver perto de onde há grande oferta de trabalho e infraestrutura, como as antigas regiões industriais do Brás. Ao mesmo tempo, é preciso levar oportunidades de trabalho para a periferia.


Embora esses objetivos já apareçam no plano em vigor, é preciso aprimorar os instrumentos disponíveis para que se concretizem.


Criar mecanismos para que comércio, serviços e moradias estejam próximos um do outro também aparece como meio de melhorar a mobilidade. Essa aproximação, conhecida como uso misto, evita que as pessoas tenham de usar o carro até para comprar pãozinho, por exemplo.


"O modelo em que as atividades comerciais devem estar nos bairros mais consolidados, e a habitação social, na periferia, veio do começo do século 20. Há consenso de que esse modelo está esgotado. Pior, na verdade nunca deveria ter sido implantado", diz o urbanista e vereador Nabil Bonduki (PT).

1. Urbanização consolidada


Distritos residenciais ou altamente verticalizados com ótimas condições de urbanização, altas taxas de emprego e trânsito; população de alta renda

- Objetivos: Conter adensamento, verticalização e grandes empreendimentos, como shoppings

Como fazer:

a) Outorga onerosa do direito de construir: Se um empreendedor quiser erguer um prédio residencial com área total acima do limite básico, ele terá que comprar esse direito da prefeitura, que usa o dinheiro para fazer melhoramentos viários;

b) Manutenção do zoneamento restritivo: Comércio ou serviços só são permitidos em vias específicas de bairros residenciais
 

2. Urbanização e qualificação



Tem infraestrutura incompleta, poucos equipamentos culturais, comércio e serviços; favelas e baixa taxa de emprego


- Objetivos: Gerar empregos, estimular a habitação popular, criar novas centralidades e melhorar o transporte coletivo

- Como fazer:

a) ZEIS 1 e 2: Favelas consolidadas recebem urbanização da prefeitura e equipamentos sociais e culturais; 40% dos apartamentos construídos por empreendedores devem atender famílias com renda de até seis salários mínimos em terrenos demarcados para isso;

b) Áreas de intervenção urbana e polos de centralidade: No entorno de estações de trem e metrô, a prefeitura faz intervenção e incentiva a chegada de mais moradores, comércio e escritórios. Isso ajuda a diminuir os deslocamentos e o aumentar o acesso ao transporte


3. Proteção integral



Tem reservas florestais e biológicas e parques
- Objetivos: Permitir apenas pesquisa, ecoturismo e educação ambiental
- Como fazer:
a) Zoneamento ambiental: A prefeitura delimita em que áreas e sob quais condições pode haver construções


4. Reestruturação e qualificação


Tem galpões industriais ociosos e/ou áreas degradadas que sofreram esvaziamento populacional
- Objetivos: Estimular o uso habitacional
- Como fazer:
a) Operações urbanas: Uma área delimitada ganha regras específicas que permitem mais prédios. A prefeitura vende esse direito aos empreendedores e, com o dinheiro, faz obras de melhorias viárias, de transporte público e cria áreas verdes;
b) IPTU progressivo: A prefeitura pode cobrar IPTU mais caro a cada ano de um prédio desocupado e, após cinco anos, desapropriar esse imóvel


5. Urbanização em consolidação


Área com um grau básico de urbanização que apresenta taxas de emprego e condições socioeconômicas intermediárias
- Objetivos: Estimular a ocupação integral do território
- Como fazer:
a) Parcelamento e edificação compulsórios: A prefeitura induz proprietários a construir em terrenos subutilizados. Para isso, pode aplicar IPTU progressivo e desapropriar
o imóvel após cinco anos;
b) Planos de Bairro: A população planeja o próprio bairro, decidindo onde haverá escolas, áreas verdes, ruas só para pedestres e áreas para comércio


6. Conservação e recuperação


Áreas com vegetação nativa ou mananciais de água que foram ocupadas inadequadamente
- Objetivos: Qualificar os assentamentos existentes para minimizar o impacto ambiental
- Como fazer:
a) ZEPAG e ZEPAM - A prefeitura reserva, por meio de lei, áreas destinadas à proteção ambiental de vegetação ou a atividades agrícolas ou de mineração, com incentivo à agricultura orgânica e familiar;
b) ZEIS 4: Áreas não edificadas à beira de represas são urbanizadas pela prefeitura para receber famílias removidas de áreas de risco ou de proteção permanente


7. Uso sustentável


Reúne áreas de proteção ambiental (APAs) e reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs)
- Objetivos: Uso compatível com a preservação, em atividades como agricultura, turismo e lazer
- Como fazer:
a) Termo de compromisso ambiental: Para licenciar um empreendimento que irá desmatar, a prefeitura exige contrapartidas como o plantio de árvores na região


OS INTERESSES


Embora exista consenso de que a mobilidade urbana é a questão maior da capital, os quatro principais interessados no Plano Diretor têm ideias distintas sobre como fazer isso.


Especialmente quanto ao adensamento das regiões mais centrais e mais desenvolvidas, que servirá para trazer, por meio da liberação de novos prédios, mais pessoas para morar perto das ofertas de trabalho.


O mercado imobiliário quer menos regras no zoneamento, para ter maior liberdade de construir.


Já urbanistas e entidades que representam os cidadãos paulistanos querem garantir que, nas regiões destinadas ao adensamento populacional, haja padrões mínimos de áreas verdes, transporte coletivo e espaços culturais.


Esses dois setores também querem participar das decisões. Por isso, defendem mecanismos que viabilizem a implantação dos Planos de Bairro. Esse instrumento já aparece no Plano Diretor de 2002, mas praticamente não foi usado. Não há consenso sobre como deve ser aplicado.

​O plano Diretor de São Paulo, sim ele existe!

por VANESSA CORREA

Publicado na Folha de São Paulo
fonte: http://folha.com/no1220772




Falta planejamento para São Paulo. Esse bordão, repetido desde os botecos mais simples da zona leste até os refinados restaurantes dos Jardins, é parcialmente verdadeiro. A cidade tem, sim, seus planos. O maior deles é o Plano Diretor Estratégico, de 2002.


Mas esse plano, que serve para orientar os diferentes aspectos da vida na metrópole --educação, meio ambiente, desenvolvimento, transporte--, produziu poucas mudanças no padrão de ocupação do solo paulistano. O mais correto, então, é dizer que a cidade de São Paulo não implanta o planejamento que possui.



A oportunidade de mudar isso é agora. Neste ano, a prefeitura vai começar a revisar o Plano Diretor vigente há dez anos. O desafio é elaborar uma minuta de lei que dê conta das distorções de sempre e das transformações recentes. O projeto está entre as prioridades da Câmara, onde a gestão Haddad (PT) tem maioria. Há consenso entre mercado imobiliário, urbanistas e cidadãos de que a mobilidade é a questão mais urgente. Todos concordam, em maior ou menor grau, que é preciso diminuir os deslocamentos diários, aproximando moradores e empregos.



Mas a partir disso surgem os conflitos. Enquanto prefeitura e urbanistas buscam trazer mais moradores para as áreas desenvolvidas (adensar), entidades que defendem os bairros mais ricos querem regras rígidas para a chegada de mais prédios. Já o mercado brigará por mais flexibilidade.



"É preciso criar parâmetros de qualidade para o adensamento. Não adianta botar todo mundo pendurado um no pescoço do outro se não tem área verde, escola, transporte", diz Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo, que reúne cem associações de bairro das regiões sul e oeste.

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